Os flaps são responsáveis por aumentar a sustentação e o arrasto da aeronave, fazendo com que diminua a sua velocidade. É muito comum a utilização deste equipamento em vôos lentos, ou em procedimentos de pousos e decolagens em um aeroporto. Mas o que fazemos caso este equipamento apresente alguma falha distinta em vôo? Certamente se entrarmos em desespero, algo de muito ruim irá acontecer e o avião poderá se arrebentar no chão a toda velocidade!
Calma... não entre em pânico! Para resolver essa ausência, devemos antes conhecer o funcionamento dos flaps e o que eles exercem durante um vôo.
Percebam que quando os flaps são acionados, automaticamente ocorre um contato maior da superfície plana da asa com o ar, fazendo com que a velocidade da aeronave diminua e a sustentação aumente. Por isso quando decolamos ou pousamos em pistas muito curtas, o uso do flaps se faz muito presente para obter sucesso nos procedimentos.
Sabendo o funcionamento básico de um flap, podemos partir para a etapa principal do tema em questão "Sem os flaps e agora?".
Para poder compensarmos a ausência deste mecanismo utilizamos um outro principio aerodinâmico denominado ângulo de ataque. A linha corda faz parte de um lado de ângulo, que por ventura forma o ângulo de ataque. O outro lado do ângulo é constituído por uma linha reta na qual indica a direção do fluxo de ar, veja na figura abaixo:
Então o ângulo de ataque é definido como o ângulo entre a corda da asa e a direção do vento relativo.
Agora que aprendemos que é possível compensar a aeronave sem o uso dos flaps, devemos praticar o uso do ângulo de ataque em vôo simulado utilizando uma técnica chamada de vôo lento, ou vôo em velocidade reduzida.
Para essa prática, aconselho o uso da aeronave Bellanca Scout na qual apresentou muito realismo de vôo e foi realmente testada por um piloto que utiliza esta aeronave diariamente.
Lição:
Suponhamos que seu flap quebrou e você permanece em um vôo nivelado.
1. Reduza a potência da aeronave a ponto de resultar em queda na velocidade da aeronave.
2. A intenção até o momento é entrar em velocidade lenta, então levante um pouco o nariz da aeronave mantendo o VSI (Vertical Speed Indicator) zerado.
3. Sabendo que a velocidade de pouso da aeronave é 30% maior que a de decolagem, procure manter esta velocidade, com o nariz da aeronave no grau aproximado do flap ausente, como na figura abaixo.
Percebam que a aeronave formou um ângulo de ataque, compensando a ausência do flap quebrado.
4. Com o ângulo de ataque definido e com velocidade de descida já estabelecida, podemos partir para aproximação final.
5. Com o alinhamento correto com a pista indicada para pouso, procure compensar a velocidade da aeronave evitando entrar em estol, aplicando potência quando necessário.
Com dedicação e esforço você acaba pegando a prática para efetuar este procedimento, mas lembrando! Se você não tiver com os flaps quebrados, evite realizar esta tarefa principalmente se estiver voando baixo, pois do contrário sua aeronave pode acabar beijando o chão!! Procure praticar longe do circuito de tráfego aéreo se estiver voando online e de preferência em uma altitude consideravelmente boa, caso sua aeronave entre em estol fique mais facil recuperar.
Bons vôos!!
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